terça-feira, 13 de abril de 2010

Minha terapia...

Há muito eu descobri que a maior das terapias para mim era escrever. Escrever qualquer coisa que fosse. Se eu estava em um dia ruim, pegava um papel, ou ao menos um pedaço de um, uma caneta, ou um lápis, ou até quem sabe, por que não, um hidrocor e começava a colocar diversas ideias no papel.

Sempre, desde que aprendi a escrever, tive diários. Neles descrevia meus dias, minhas horas, meus minutos. Tudo o que eu havia feito de grandioso ou pelo menos o que eu tinha almoçado. Era um dos momentos mais felizes do meu dia, a hora que eu lembrava de tudo e escrevia. Muitas vezes eu descrevia o que gostaria que acontecesse comigo, vou admitir que quase nunca aconteciam mesmo, mas era divertido.

O mais engraçado de tudo, é reler meus antigos diários e ver como eu era, como eu me sentia, como eu queria ser realmente, e ver que consegui muitos dos meus anseios, ao mesmo tempo que desisti de muitos. É bom ver o quanto eu mudei, o quanto amadureci naturalmente, sem esforços, simplesmente, aconteceu. Não sou mais aquela garotinha gordinha, buchechuda (ok, o buchechuda continua e muito), de cabelos castanhos e encaracolados que sonhava em aprender a andar de bicicleta sem rodinhas dos lados (ok, eu ainda tenho muita vontade de aprender). Me transformei, mudei e muito! Meus sonhos mudaram, meus anseios são outros, minha vida é outra.

Admito também que muitas coisas do passado ainda despertam em mim uma grande admiração e vontade de voltar, ser de novo aquela menininha. Queria ter realizado mais sonhos quando menor, queria continuar sonhando igual a quando eu era pequena. Ser criança é a melhor coisa do mundo! Disso eu tenho plena certeza! Mas o tempo passou e agora sou outra Alissa. Às vezes quem eu sou odeia quem eu me tornei, cada vez mais. Mas, assim como eu, o mundo também mudou, e às vezes o culpo por eu ser quem eu me tornei. Mas calma! Não sou uma pessoa ruim, nunca matei nem se quer um sapo! Por mais que tenha sido testemunha de um assassinato do tipo. A queima roupa! Não gosto nem de lembrar. Foi nojento.

Hoje sou uma mulher (mesmo com cara e, muitas vezes cabeça e comportamento de menina, e sabe do que mais? eu adoro ser assim e pra sempre vou ser assim, isso se o mundo não me mudar ainda mais), ruiva, de cabelo liso, ainda um pouco acima do peso (mas já estou trabalhando nisso, como sempre) e que sonha. Sonha muito! Sim, tenho sonhos eróticos também, mas não era desse tipo de sonhos que eu estava me referindo ao iniciar esse assunto. Tenho sonhos grandes, eu sonho alto, muito alto. Dizem que quanto mais alto se sonha, maior a queda. Eu penso diferente, para mim, quanto maior os seus sonhos, é aí, exatamente aí, onde você vai chegar. E eu vou chegar, e quem não acreditou, vai estar bem longe, tentando entender como eu consegui tanto. Eu respondo: eu posso.

Uma coisa interessante em mim é que eu gosto de escrever e sonho muito. Poderia juntar isso e dar certo. Mas não, nunca escrevi sobre meus anseios. Nunca coloquei no papel mesmo tudo o que sempre sonhei. Os sonhos são meus, e eu os quero onde eu, e somente eu, os possa ver e sentir. Meio egoísta, eu sei. O que eu gosto mesmo de escrever é o que aparece na minha mente a qualquer momento. Minha mente viaja, e a qualquer hora vem uma nova ideia diferente, e eu a guardo até poder soltá-la.

Estou quase terminando mais uma de minhas histórias. Estava parada nessa há muito tempo. Escrevia, mas pouco. Nunca conseguia seguir um fio, sem desequilibrar. Hoje foi o dia. Consegui desenvolver e estou quase terminando! E ela ficou muito melhor do que eu esperava e do que eu tinha imaginado para ela. Essa sou eu. É assim que sou na minha vida... Começo de um jeito, com o final pronto e amarrado, mas sempre acabo escapando do concreto e faço até o que Deus duvida. Eu faço loucuras, mas ninguém sabe.

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