quarta-feira, 14 de abril de 2010

Velha Infância

Ir para Aldeia:

Nadar na piscina, tomar banho de bica, pegar girino, correr de sapo e rã, brincar de gato mia, jogar dominó e baralho, pular do trampulim, escorregar no corredor entre as piscinas, brincar de nó dentro d´agua, fazer trilha pela mata, contar e ouvir histórias de terror, brincar de casinha, brincar na casa abandonada, andar de bicicleta de rodinhas nas laterias, tomar banho de mangueira, dormir em bicama, ir dormir de madrugada, ir dormir ao som de grilos e sapos, acordar tarde, acordar ao som dos passarinhos, ir à casa do vizinho mexer nas coisas dele, dormir em rede, fazer novas amizades, correr de um cachorro gigante, jogar volei e paredão, festas de aniversários, ver muita tv, tomar banho com medo das rãs, brincar de escalar as rochas, descobrir trilhas novas e lugares novos no meio do mato, ir andar à noite, ir à bica a noite, tomar banho nua na piscina, ir até o olho d´agua, morrer de medo de deparar com uma cobra, comer besteira, se abaixar dos besouros durante o café, fazer o carro da bárbie descer com tudo pela ladeira, descer correndo da ladeira, se arranhar, chorar de raiva da prima maldosa, tomar muita coca-cola.

Ir para Tamandaré:

Tomar banho de mar a qualquer hora do dia, nadar até muito fundo, subir na lancha dos outros, se queimar com água viva, fazer xixi na água, ter medo de tubarão, ir de lancha até as piscininhas, ver o mar batendo na parede ao encher, andar até depois da ponte, andar até a casa dos amigos dos meus tios, andar até as piscinas naturais sem dizer a ninguém e levar uma bronca ao voltar, quase perder a cachorra que fugiu, tomar banho de chuveirão, brincar de barra bandeira e esconde-esconde com os primos, levar as amigas para viajar, escalar as pedras e o muro dos outros quando o mar tava cheio, escutar histórias de terror sobre o vizinho morto, brincar com os vizinhos, ir para a casa dos vizinhos, acordar com o som alto do vizinho, axé, carnaval, serpentina e confente, dominó, televisão sem antena boa, cama de cimento, subir e descer das camas, andar pelo muro, correr pelo corredor até o quintal, jogar volei e paredão, jogar queimado, amassar as uvinhas do mar, pegar sargasso mesmo tendo nojo, amassar babosa e passar no cabelo da boneca, fazer narizinho com o 'coisinha' da flor, ficar sem biquine ao ser roubada, ir comprar outro novo na cidade, comprar pão, ver acidente e ficar traumatizada, subir no pé de manga, chupar manda se melando inteira, ter medo do tarado, ano novo, voltar sozinha do hotel até em casa no escuro, os cachorros do vizinho, grama, mangueira, coração de nego, rede, comer muita besteira.

'A infância é a melhor fase do homem. Não existe maldade, não existe injustiça. É só alegria, sinceridade, ingenuidade e amor. Muito amor. Que saudade da minha velha infância que só volta nas lembranças. Nas melhores lembranças de uma época em que eu era plenamente feliz'.

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