domingo, 4 de abril de 2010

Y desapareció...

- Me largue.
- Não! Você vai me escutar!
- Me solta, Guilherme!
- Me perdoa! Me desculpa! Eu errei! Mas errei querendo o seu bem! Estava mal, Marcela. Como acha que é descobrir aos 23 anos que tem câncer? Estava desesperado! E Flávio te amava, te ama, sei la. Ele poderia te fazer feliz, e eu só te traria transtornos! Me entende! Fiz o que fiz pensando em você! Pensando no seu bem, na sua felicidade! Eu errei, eu sei! Fiz tudo errado, mas eu estava desesperado, Marcela! Por deus!
- Queria ter estado ao seu lado esse tempo todo.
- E pensa que eu não? Não era a Jenny que eu queria ao meu lado, Marcela. Ela foi maravilhosa, me ajudou demais, serei eternamente grato a ela, mas não a amo! Era com você que eu sonhava todas as noites longe, era em você que eu pensava nas horas em que eu pensava em desistir da vida! Era você que eu queria ao meu lado, você!
- Achei que não me amasse, Guilherme. Você não me deu explicação nenhuma! Simplesmente foi embora, sem dar pistas de como te encontrar!
- Sou grato ao Flávio por ter te trazido aqui hoje. Me perdoe, Marcela. Acredite no meu amor, é o mais verdadeiro.
- Eu também te amo, Guilherme. Mas agora...
- Mas agora o que?
- Acha justo largar a Jennyfer depois de tudo que ela fez por você?

Guilherme se cala.

- Acha justo? Ela gosta de você, se não, não teria estado contigo todo esse tempo!
- Eu não a amo.
- E ai vai abandona-la? Fazer o mesmo que fez comigo a seis meses atrás?
- Não é igual.
- Eu sei que não. Mas pense bem. Ela merece esse sofrimento?
- Pare.
- Pense! Eu já sofri bastante e querendo ou não, me acostumei com a idéia de não mais ter você, mas ela...
- O que ta querendo dizer?
- Que não voltarei a ter nada com você.

(...)

Guilherme entrou em casa arrasado.

- Onde ta a Marcela?
- Não sei.
- Como não sabe?
- Ela foi embora.
- Pra onde? Guilherme, a Marcela não conhece a Suíça! Onde ela esta?
- Já disse que não sei, Flávio!
- Não fizeram as pazes?
- Não, Jenny. Sabe que a amo, não sabe?
- Sei, Guile...
- Ela não quis voltar comigo.
- Como?
- Pensou em você.
- Em mim?
- Disse que não seria justo eu te deixar agora.
- Mas... eu me conformaria.
- Pra ela, só ela sofrendo basta. Com licença.

Guilherme subiu as escadas da casa e se trancou em seu quarto, durante todo o resto do dia.

(...)

- Onde ela esta?
- Eu não sei.
- Deve estar perdida! Que irresponsabilidade do Guilherme!
- Chamamos a policia?
- Acho melhor.
- Não fique assim, ela esta bem.
- Assim espero. Se acontecer algo com ela, não sei o que faço.
- Se acalme. Vou ligar.

Jennyfer pega o telefone, disca o numero da policia e da a descrição de Marcela.

- Agora, só nos resta esperar.
- Sim...
- Vou ver o Guilherme.
- Ok..
- Qualquer coisa é só me chamar.
- Obrigado, Jennyfer.
- Me chame apenas de Jenny.
- Ok, desculpe. Jenny.
- Com licença.

Jennyfer sobe as escadas e bate na porta de Guilherme, mas ele pede que ela o deixe sozinho. Suspirando, ela volta à sala, onde estava Flávio.

(...)

‘Às vezes você se julga incapaz de seguir em frente. As pessoas a sua volta te dão as costas, mostrando que você esta sozinha. E o que fazer nesses momentos? Pra mim o ideal é se jogar numa cama limpa e macia e chorar. Chorar todas as magoas, todas as tristezas, chorar ate lhe faltar ar.

Estou sozinha. Minhas duas, melhores e únicas amigas não estão mais comigo. Meu maior amor também se foi. Tudo que eu queria era minha vida de volta. Tudo que eu queria era poder respirar outra vez.’

- Alô..
- Paulinho me ajuda.
- Marcela?
- Por favor...
- O que aconteceu, meu deus?
- To morrendo.
- Marcela não me assusta! Onde você ta?
- Não sei..
- Como não sabe?
- Preciso respirar.
- Respira, Marcela! Respira! Pelo amor de Deus onde você esta?
- Não posso mais.
- Para com isso! Me diz agora onde você ta que eu vou ai te buscar!
- Paulo...
- Marcela!!
- No final de tudo, você foi meu único e verdadeiro amigo.
- Para com a brincadeira! Fala agora onde você ta!
- Vou embora..
- Embora? O que?
- Guilherme vai se casar.
- Que? Como sabe disso? Onde você ta Marcela?
- Pedi que ele se casasse... não seria justo.
- Do que você ta falando, Marcela?
- Ate um dia, Paulinho..
- Não desligue esse telefone ou verá uma bixa alterada!
- Eu te amo muito!
- Cela... MARCELA!!

Após desligar o telefone, Marcela entra na sala de embarque do aeroporto suíço e se vai.

(...)

- Nenhuma noticia?
- Não, senhor.
- Continuem procurando, por favor. Precisam encontra-la.
- Estamos procurando, senhor. Com licença.
- Nada?
- Nada, Jenny. O policial acabou de sair daqui sem nenhuma noticia. Estou preocupado, sério.
- Pra falar a verdade eu também estou, Flávio. Mas não podemos nos deixar levar pelo desespero, pois não adiantará.

Minutos depois, Guilherme desce as escadas com os olhos meio inchados. Não dava pra perceber ao certo se de sono ou de choro..

- Acabei durmindo.
- Guile!
- O que foi, Jenny?
- A Marcela..
- O que tem ela?
- Ela sumiu, Guilherme!
- O que?
- Sumiu!
- Ela não voltou?
- Não!
- Meu deus, ela não conhece a Suíça!
- Foi o que eu te disse a muito tempo Guilherme!
- Calma, Flávio.. Vamos chamar a policia!
- Já chamamos! E não a encontraram, em parte alguma!
- Desde de tarde, Guile... ela sumiu.
- Minha culpa..
- Sim, sua culpa!
- Flávio, por favor...
- Por favor nada, Jenny! Foi culpa dele sim! Irresponsável! Se algo acontecer com ela, nunca te perdoarei!
- Se algo acontecer com ela, eu nunca me perdoarei, Flávio!

Guilherme se deixa cair no sentado no sofá. Ele olha para Jennyfer e logo depois para Flávio. Os dois também trocam olhares. Todos preocupados e sem saber o que fazer.

continua...

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