quinta-feira, 8 de abril de 2010

Voltando a nossa história...

- Peça ao barman sim? Tenho pressa.

Marcela saiu de perto da voz o mais rápido que pôde. Nem chegou a pegar as bebidas que um cliente lhe havia pedido. Estava tremula, só precisava sair de perto daquela ‘maldita’ voz.

(...)

De longe e meio escondida, Marcela olha em direção de onde estava e apenas comprova o que as saltitadas de seu coração lhe tinham dito: era ele. Era Guilherme, seu amor que nunca havia morrido.

O que ela não sabia era que o mesmo havia ocorrido com ele. Ao ouvir aquela suave e diferente voz, o coração do moço deu sinais de vida. A voz de Marcela sempre fora única: suave, aguda, um som único, principalmente para um apaixonado.
Guilherme sabia que aquela voz era dela. Não podiam haver duas mulheres com uma mesma voz, tão diferente, não podia. Era ela. Ele tinha certeza, seu coração também.
Mas, algo estava errado. Aqueles fios vermelhos marcantes, chamativos, brilhosos eram bastante distintos dos de Marcela. E aquela roupa curta, colada... Tudo bem, ela usava roupas coladas, sexys, mas... não sabia. Estava confuso. Se fosse mesmo Marcela por que não teria falado com ele?

- Ela fugiu.

Guilherme tinha certeza. Era ela.

(...)

Marcela não conseguia mais sair de onde estava. Não podia correr o risco de encontrar com Guilherme novamente. Não queria. Não queria ter uma nova conversa, sentir tudo novamente, não a faria bem. Ela não precisava daquilo agora...

Andando de costas, sem tirar os olhos de Guilherme, Marcela esbarra em alguém, se vira para se desculpar e toma mais um susto.

- Perdão.
- Não foi nada.

Dulce não sabia o que fazer. Estava frente a frente com Paulo. Sua vontade era pular no pescoço dele, chorar e lhe dizer o quanto estava morta de saudades, mas não podia e nem conseguia. Só conseguia olhar para ele, paralisada.
O mesmo acontecia com Paulo. Mesmo com aquela maquiagem marcante, aqueles cabelos vermelhos, aquele decote e tudo mais, sabia que conhecia aquela mulher de algum lugar. Além da voz, aquele olhar também lhe era familiar.

- Nos conhecemos?

Marcela não sabia o que fazer. Precisava tanto de um amigo, de seu velho amigo, mas não podia correr esse risco.

- Não.
- Tenho a impressão que sim. Você me lembra alguém, muito diferente de você, mas ao mesmo tempo tão igual.
- Não nos conhecemos.

Ela tentava mudar sua voz, sabia que logo ele perceberia. Desviou o olhar do amigo para mais a frente e percebera que estava encurralada. Guilherme já não estava onde estava antes, agora ele estava junto a um grupo, um grupo constituído de uma loira, uma morena e um moreno e Paulo na sua frente. Eram eles. Todos eles. Mas... o que faziam ali? Logo ali, no seu novo mundo?

Mais uma vez Marcela fugiu. Sem dizer mais nada deu as costas à Paulo e andou apressadamente, o deixando confuso.

(...)

- Ela parece alguém que conheço.
- Também a viu?
- Como?
- A ruiva.
- Uma garçonete?
- Sim! Uma garçonete ruiva!
- Esbarrei com ela a pouco. Parecia nervosa.
- É ela, Paulo!
- Ãn?
- A Marcela! A garçonete ruiva é a Marcela! Mesmo não tendo visto seu rosto, aquela voz é inconfundível. É ela. Eu tenho certeza.
- A Cela! Como não pude perceber antes! É claro! Ela me era família por que era a minha melhor amiga! É ela!
- A Marcela? Vocês têm certeza?
- Absoluta! É ela!
- Precisamos acha-la.
- É, Flávio. Mas pelo que vejo ela não quer falar com nenhum de nós. Fugiu de mim!
- E de mim também!
- Se ela quisesse, ela teria falado.
- Não interessa o que ela quer ou deixa de querer, temos que encontra-la novamente e falar com ela!
- Principalmente o Guile..
- Guile?
- Onde ele foi?

Guilherme já estava longe. Não estava disposto a perdê-la mais uma vez. A encontraria naquele cassino nem que tivesse que colocar aquele lugar abaixo.

continua...

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