sexta-feira, 2 de abril de 2010

Surpresa!

Marcela passara toda viagem tensa. Não sabia o que lhe esperava naquele país tão distinto do Brasil. A possibilidade de reencontrar Guilherme a fazia tremer dos pés à cabeça.

- Esta bem?
- Poderia estar melhor, se estivesse em casa.

Flávio sorri e passa uma das mãos pelo alto da cabeça da amiga.

(...)

- Nem acredito que esta bem meu amor.
- Nem eu posso acreditar. Terei minha vida de volta agora.
- Vencer um câncer não é pra qualquer um, Guile... é forte, um vencedor.
- Obrigado, Jenny. Sem você isso não teria sido possível.
- Claro que sim, já falei, você é forte. Superaria isso com ou sem mim.
- Agradeço.
- Não agradeça, me beije.

Quando chegou a Suíça, Guilherme foi recebido por seu tio Paul e sua prima Jennyfer. Eram parentes distantes que nunca tivera contato real antes. Se falavam por telefone no natal e em datas comemorativas muito importantes, mas nada mais que isso.
Quando comentou com sua prima de sua doença, ela o convencera de que na Suíça ele teria o melhor tratamento para seu tipo de câncer: de tireóide.

Não demorou muito para Jennyfer, mais conhecida como Jenny, se interessar pelo primo que também não demorou a corresponder as investidas da garota, iniciando assim um ‘romance’.

Para Guilherme, Jenny era muito mais que um romance, ela tinha o ajudado desde o inicio. Em dias de crises da doença, nos dias em que ele queria morrer, durante todo o tratamento era ela que estava ao seu lado, o dando força e o ajudando como podia.

(...)

- É aqui.
- Ele mora ai?
- Sim. Com o tio e a prima.
- Não sei se estou pronta pra saber de alguma verdade, Flávio! Seja ela qual for..
- Precisa ser forte.
- Não sou, nunca fui.
- Estou com você.
- Obrigada.

Flávio tocou a campainha da casa e logo uma empregada atendeu. Ele se identificou e esperou a mulher, de aparentemente seus 50 e poucos anos, voltar e permitir sua entrada.

- O senhor Guilherme e a senhorita Jennyfer estão no escritório. Pode entrar.
- Obrigado.
- Entra primeiro. Depois eu entro. Ele não sabe que estou aqui, só que você esta.
- Como queira, mas não fuja daqui.
- Nem saberia pra onde.

Sorrindo, Flávio deu um beijo na testa de Marcela e entrou no escritório.

- Não pude acreditar quando Dora falou que Flávio estava aqui. É você mesmo! Quanto tempo!

Guilherme foi ate Flávio e eles se abraçaram.

- Muito tempo cara! Como esta?
- Muito bem, Poncho. Chegou no momento certo! Hoje recebi uma noticia espetacular!
- O que?
- Estou curado, Flavinho! Estou curado!
- Eu disse pra você que se curaria, Guile! Parabéns irmão! Nossa! Que notícia maravilhosa!
- Estou fora de mim de tanta alegria. Depois de seis meses de sofrimento, posso sorrir verdadeiramente de novo.
- Não sabe como estou contente por você, Guile! Mas... Tenho uma surpresa pra você também.
- Ah é? Qual?
- Alguém esta...
- Mas antes deixe-me apresentar! Essa é a Jenny, minha prima e agora noiva.
- Noiva?
- Foi a pessoa mais importante na minha vida durante esses seis meses.
- Eu.. eu não sei o que dizer...
- Não diga nada! Ou melhor, diga a surpresa.
- Acho que não sou mais uma surpresa. Pelo menos não agradável.

Marcela estava na porta do escritório, estática, olhando para Guilherme com o olhar mais enigmático que ele já vira. Não sabia o que aqueles pequenos e expressivos olhos negros queriam demonstrar naquele momento, mas tinha certeza que raiva estava entre os sentimentos que aquele olhar transmitia.

continua...

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